domingo, 13 de fevereiro de 2022

Memórias e Reflexões sobre o Rio da Prata, extraídas do diário de um oficial da marinha brasileira (Jacinto Roque de Senna Pereira, 1849)


A 16 de Fevereiro de 1850, a quatro meses de falecer aos 66 anos, o chefe de divisão Jacinto Roque de Senna Pereira entregou ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual era sócio, quatro folhetos impressos contendo as suas Memórias e Reflexões Sobre o Rio da Prata. Na entrega, o antigo ministro da Guerra (1839) e da Marinha (1840) reflete criticamente sobre a importância da sua obra:  "Sei que não tem ella […] valor intrinseco, mas poderá talvez servir de auxiliar ou reportorio aquelle d'entre os nossos sabios que se dedique a escrever detalhadamente a historia do Imperio Brazileiro".

Nascido em Lisboa em 1784, Senna Pereira cursou Matemática na Real Academia de Marinha. Em 1802, embarcou como voluntário no bergantim Real João, servindo na Esquadra do Estreito, no Mediterrâneo. A 18 de março de 1811, foi promovido a segundo-tenente, iniciando assim o seu percurso de oficial da marinha que terminou como chefe de divisão (equivalente sensivelmente  a contra-almirante). 

Para a compreensão do extrato que apresento, Senna Pereira, como primeiro tenente, foi em 1818 nomeado comandante da escuna Oriental e da esquadrilha naval com que se pretendia entrar no rio Uruguai, com o fim de fazer a tão necessária ligação de Lecor e as forças portuguesas em Montevideu com as forças do Exército do Brasil que efetuavam, desde Março desse ano, uma ofensiva sobre a margem esquerda do rio, sob o comando do tenente general Joaquim Xavier Curado (1746-1830). Os problemas de comunicação eram um dos mais graves problemas das forças portuguesas que invadiam a Banda Oriental, não só pelas vastas distâncias em jogo, mas fundamentalmente pela perturbação que as tropas federais de Artigas causavam neste fluxo de comunicação já de si difícil.

O extrato cobre sensivelmente o período entre a entrada da esquadrilha no rio Uruguai (2.5.1818), sem oposição por parte de Buenos Aires, e a difícil subida do rio, uma área desconhecida para os marinheiros e os oficiais. Descreve o combate do Paso de Vera (3.5.1818), em que a escuna Oriental enfrenta uma bataria de artilharia no lado ocidental do rio. Refere, com algum pormenor, a ligação entre a escuna Oriental e as forças do general Curado, a 13 de Maio, e por último fala das ações tanto terrestres como navais que decorreram entre 15 e 18 de Maio, conhecidas coletivamente como Surpresa do Arroyo de La China, em que Bento Manuel Ribeiro (1783-1855) passou à margem ocidental do rio e destroçou as forças orientais presentes em Perucho Verna, Calera de Barquín e a referida vila do Arroyo de La China (hoje Concepción del Uruguay).

A transcrição foi feita a partir da edição impressa da Revista Militar Brasileira, em 1912, com a modernização da ortografia, assim como a utilização dos nomes originais dos locais em espanhol. Há, no entanto, uma outra edição, um pouco mais completa (tendo uma parte final referente a parte de 1819 e a 1820), publicada em 1931 na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, e a partir da qual foi editada uma versão traduzida para castelhano no periódico uruguaio Boletin Histórico, em 1964. O caro leitor que queira ler as versões integrais poderá encontrar algumas ligações ao fim desta postagem.


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MEMÓRIAS E REFLEXÕES SOBRE O RIO DA PRATA, extraídas do diário de um oficial da marinha brasileira (Jacinto Roque de Senna Pereira) e publicadas em 1849. [extrato]

[...]

Duas memoráveis batalhas campais (a de Catalán e a de India Muerta) reduziram o inimigo a deixar o passo franco aos nossos exércitos. A primeira foi ganha gloriosamente pelo exército brasileiro, apesar de surpreendido, em 4 de janeiro de 1817; a segunda dada bizarramente pela vanguarda da divisão de Voluntários Reais no dia 19 de novembro de 1816.

Comandou na ação o exército brasileiro o marquês de Alegrete, capitão-general da província de S. Pedro, que acidentalmente se achava no exército, retirando-se depois para Porto Alegre a 25 de dezembro do mesmo ano, deixando o exército a seu general em chefe Joaquim Xavier Curado, ínclito varão, cujo nome será sempre respeitado e que deu honra e grande credito ao país em que nascera. Era o comandante da vanguarda da divisão de Voluntários Reais de El-Rei o marechal de campo Sebastião Pinto de Araújo Correia.

O general Curado, enquanto esperava na fronteira a aproximação do exército do general Lecor e as precisas ordens para invadir o território Oriental, aproveitou o tempo para aguerrir seu exército, do que resultaram as vantajosas e assinaladas batalhas de S. Borja, Ibirocaí, Carumbé, Arapeí, Belém e outras, nas quais tanto figuraram os nomes de muitos bravos brasileiros, com especialidade os de José de Abreu, João de Deus Menna Barreto, Joaquim de Oliveira Álvares e Bento Manuel Ribeiro.

O general Curado, atravessando o Estado Oriental, marchou em uma direção quase paralela à do exército do general Lecor, e acampou na margem esquerda do Uruguai.

A divisão de Voluntários Reais entrou em Montevideu no dia 20 de janeiro de 1817, achando a praça abandonada e bloqueada por mar por nossas forças marítimas debaixo do comando do conde de Viana.

E destarte ficaram os dois exércitos separados um do outro por cerca de oitenta léguas.

D. José Artigas e D. Frutuoso Rivera, o primeiro chefe supremo da Republica e patriarca da Federação (2), o segundo seu imediato, tanto em prestígio como em força, puderam entretanto reabilitar-se das perdas ultimamente sofridas nas duas batalhas já indicadas e preparar-se senão para novos, combates decisivos ao menos para uma guerra de recursos; e conhecedores da índole daqueles habitantes, lançaram mão dos mais poderosos meios de os chamar às armas e de os reter com elas, — o da nacionalidade ofendida e o fuzilamento.

Assim conseguiram eles formar fortes guerrilhas e intercetar de tal modo a comunicação entre os dois exércitos que mister foi procurar-se um meio que os pusesse em relação, resultando daí a ideia da organização de uma esquadrilha.

O general Lecor, como capitão-general de mar e terra, havia pedido ao almirante Lobo dois oficiais de marinha e recaiu a escolha em Luís Barroso Pereira [1786 -1826] e Jacinto Roque de Senna Pereira [1784-1850], este natural de Lisboa, aquele de Minas Gerais; Barroso partiu logo para Buenos-Aires como em comissão secreta ao supremo diretor da Republica e Senna Pereira teve a nomeação de comandante da escuna Oriental e da esquadrilha.

Barroso foi distintamente acolhido tanto pelos particulares como pelas pessoas do governo de Buenos-Aires, o que não é para estranhar visto o excelente carácter e instrução daquele oficial e o estado de desordem em que se achava aquela capital.

Nas conferências havidas com Barroso parecia que o governo de Buenos-Aires marchava de acordo com o general Lecor em tudo que dizia respeito à destruição de Artigas e nossa ocupação pacífica ; mas assim mesmo não deixava aquele governo de fixar as bases sobre as quais no futuro poderia levantar-se. firmemente o edifício político que serviria de forte antemural para combater a nossa invasão à mão armada em um território que, apesar de solene declaração de Artigas, Buenos-Aires considerava como parte integrante daquela Republica; neste sentido mandou a Montevideu por vezes os emissários coronel Vedia [Nicolás de Vedia, 1771-1852] e dr. Passos, conservando ali por longo tempo a D. Santiago Vasques [Santiago Vázquez, 1787-1847]; protestando sempre os emissários ao general Lecor, e mesmo o diretor a Barroso, que tal proceder nada tinha de positivo, sendo seu único objeto tranquilizar as províncias do interior, já ciosas por nossa proximidade e pelos continuados triunfos adquiridos por nossas armas.

Pelos mesmos especiosos motivos se dificultou a entrada da esquadrilha no Uruguai pelo Passo da Ilha de Martim Garcia, o que ultimamente se concedeu por se conhecer que de contrário se poderia usar de força.

No dia 2 de maio de 1818 penetrou pela primeira vez no Rio Uruguai a nossa esquadrilha composta da escuna Oriental e das barcas Cossaca, Mameluca e Infante D. Sebastião.

Todos os que iam por práticos dessas embarcações eram tão ignorantes da navegação do rio como qualquer dos comandantes, que pela primeira vez davam vista daquelas paragens de tão agradável perspetiva e tão pitorescas como as que se descobrem na província de S. Pedro do Sul, desde o Itapuã à cidade de Porto Alegre, cujo nome com tanta propriedade lhe foi dado.

A custa de fadigas e perseverantes trabalhos ia-se vencendo a viagem, e pode-se dizer que tal expedição tinha muita semelhança com a empreendida pelos primeiros navegadores que ousaram descobrir os mesmos inóspitos lugares.

Era do dever do comandante da esquadrilha abrir comunicação com o exército do general Curado o mais brevemente possível, e as dificuldades naturais que se iam vencendo e renovando tornavam a viagem de uma morosidade censurável e bem desgostosa.

Como a escuna Oriental e a barca Cossaca encalhavam menos vezes, sem dúvida por nadarem em menos água, deliberou o comandante da esquadrilha subir só com essas duas embarcações, deixando as restantes encalhadas com uma lancha para as auxiliar. Em poucos dias favorecidas do vento avançaram elas sem inconveniente bastantes léguas, e então, tornando-se o vento contrário, foi expedida rio abaixo a Cossaca para que, já mais senhora da navegação, pudesse servia às outras de guia seguro.

Dois dias depois voltou o vento ao sul, e aproveitando-o subiu a Oriental sem mais alguma outra embarcação que a acompanhasse. 

[5.5.1818] Na manhã do dia seguinte descobriram-se sobre a margem direita do rio (província de Entre Rios, por ser banhada pelos Uruguai e Paraná) dois cavaleiros, os primeiros homens avistados e que rapidamente se ocultaram apenas a Oriental se lhes aproximou; um pouco mais acima foi a Oriental canhoneada repentinamente por uma bateria à barbeta [posição de tiro da artilharia ao descoberto] com três bocas de fogo, situada em uma pequena aba que forma o arvoredo em toda aquela costa, chamando-se a paragem Paso de Vera, por ser lugar estreito e por isso fácil a comunicação de uma a outra costa. Travou-se o combate que duraria por três quartos de hora, havendo intervalos nos quais o fogo da Oriental fez calar o da bateria, desmontando-lhe uma peça com perda de alguns homens, o que visivelmente se conheceu pela proximidade.

Hora e meia depois estava a escuna fundeada próximo à margem esquerda do rio, costa oriental, e ao abrigo de uma ilha; o estrago recebido foi algum pano furado, uma bala cravada no mastro grande, dois rombos no costado e um homem da guarnição levemente ferido.

Para que a escuna Oriental chegasse até onde estava acampado o general Curado era preciso vencer ainda mais de quinze léguas rio acima, bater mais duas baterias colocadas do mesmo lado da costa em frente a Paysandú e no arroio Perucho Verna [c. 16 km a norte de Paysandú, na margem ocidental, imediatamente a norte da atual Villa San José] e atravessar as sinuosidades complicadas do no, que se tornavam difíceis porque a agua ia diminuindo, e portanto a desejada e necessária comunicação ainda tinha dias de demora.

Há sucessos porém que parecem determinados pela providência como presságios de grandes acontecimentos, e tal foi o combate de Passo de Vera.

A aurora do dia 13 despontava risonha e aprazível, o rio corria brando e cristalino e apenas era bafejado pela brisa do norte anunciando um belo dia.

O prazer reinava em toda parte e todos estavam satisfeitos quando se começaram a divisar alguns cavaleiros sobre as colinas vizinhas, cujo numero foi prodigiosamente aumentando e por isso se tornou suspeito. A escuna preparou-se para qualquer eventualidade e arvorou a bandeira nacional; a qual sendo por aquela multidão reconhecida causou uma cena de entusiasmo, que só pode conceber um coração também surpreendido por tanta alegria. Fizeram-se correrias em diversos sentidos como noticiando-se mutuamente; mil cortejos, tiros e vivas repetidos formaram com o retinir das armas um tumulto que só terminou com a chegada ao lugar do embarque.

Fácil é conhecer que tal gente pertencia ao exército brasileiro ao mando do general Curado, exército sempre aguerrido, triunfante sempre, enquanto lhe coube a sorte de ser comandado por general tão hábil e honrado, tão inteligente e integro, tão bravo e perfeito militar.

Na ocasião do combate o vento reinava pelo sul, e correndo o rio ao norte, brevemente chegou ao acampamento daquele exército o troar dos canhões, o que sendo ouvido pelo general fez expedir logo uma forca a descobrir a causa, e foi deste modo extraordinário que se abriu a desejada e necessária comunicação com maior rapidez do que razoavelmente se podia esperar.

Mal pensava o inimigo que por sua ostentação de força havia de ser ele mesmo com seu fogo quem acelerasse sua própria ruína!

Para logo o general resolveu dar movimento ás suas forças afim de distraí-las da inação em que já se achavam, e projetou um plano de ataque sobre a província de Entre-Rios, no lugar da costa onde havia um deposito de Artigas, estavam situadas as três baterias e estacionavam para mais de seiscentos homens de infantaria ao mando do coronel Aguiar.

As restantes embarcações da esquadrilha reuniram-se quatro dias depois de aberta a comunicação, tendo sido oportunamente avisadas da existência da bateria no Passo de Vera, com a qual trocaram sempre alguns tiros em sua passagem, navegando então com vento fresco em popa.

Na tarde do dia 18 intimou-se ao comandante da bateria que se rendesse, e que a vila do Arroyo de la China [atual cidade de Concepción del Uruguay] seria no dia imediato tomada e entregue ao saque, se a bateria não nos fosse entregue dentro de um prazo marcado.

O exército havia no entanto levantado o acampamento, e seguido uma direção que indicava querer aproximar-se à esquadrilha; fez porém alto logo que escureceu e separou-se um pouco da costa, para a qual destacou já noite escura e sem que o inimigo o percebesse uma coluna composta de quinhentos combatentes ao mando do intrépido Bento Manuel Ribeiro, pondo assim em ação a mais hábil estratégia.

E por um desses atrevimentos militares, que só concebe e bem executa o génio e a bravura, a coluna brasileira passou durante a noite ao outro lado do rio, com todo o seu armamento, munições, cavalhada, arreios e mais trem, auxiliada unicamente por uma lancha e duas canoas que cautelosamente se haviam ocultado ao inimigo; servindo de muito, para o bom desempenho de plano tão arriscado, o desembaraço e agilidade do nadar de quase todas as praças rio grandenses, que meteram corpos no rio dirigindo deste modo a cavalhada com destreza tal, que nem um só cavalo se perdeu; e antes do alvorecer a força achava-se em marcha sem ter sido pressentida pelo inimigo.

Proximamente a este intervalo as embarcações da esquadrilha espiavam a tomar posição conveniente para flanquear a bateria de Passo de Vera.

Toda a vigilância do inimigo pois foi chamada sobre a costa, e tão atento se achava que, por vezes, fez fogo sobre os escaleres que adrede se aproximavam.

Tarde, porém, deram os descobridores do inimigo com a nossa força, e hesitando por algum tempo sobre que gente era essa que avistavam, ficaram em inação, até que carregados por nossa vanguarda levaram com pouca diferença de tempo a noticia e o terror ao seu acampamento, que quase surpreendido mal soube se defender, sendo a bateria repentinamente abandonada mal reconheceu a posição de nossas embarcações, e sem que houvesse tempo de dar-se um só tiro.

E destarte, sem prejuízo nosso e em bem pouco tempo, o coronel Aguiar parte de seus oficiaes e mais praças do corpo do seu comando ficaram prisioneiros, excedendo em total ao numero de trezentos.

Todas as baterias foram tomadas e destruídas, sua artilharia e trem embarcados, menos duas bocas de fogo dos calibres 18 e 12 que por velhas e mui pesadas se lançaram ao rio.

Doze embarcações, que Artigas havia tomado em Buenos Aires, uma lancha artilhada e um escaler, foram apresados no arroio Perucho Verna, e nestas embarcações como em algumas da esquadrilha foram recolhidos os prisioneiros e todo o espólio.

Era então presidente e comandante em chefe das forças militares daquela província D. Francisco Ramirez [1786-1821], gaúcho  intrépido e afortunado, e que nessa ocasião se achava a doze léguas de distancia em seu parque com mais de seiscentos homens.

E à primeira noticia por ele recebida da nossa invasão, pôs-se em marcha para socorrer o coronel [Gorgonio] Aguiar, e castigar, como ele dizia, semelhante atrevimento; mas recebendo logo a participação de estar tudo perdido, reservou o prometido castigo para melhor ocasião, e pôs-se em retirada para a costa do Paraná, abandonando mais de cem homens há pouco por ele recrutados, os quais caindo em poder de Bento Manuel foram postos em liberdade, por se julgar que assim se prejudicava ao inimigo.

A distância que desde então ficou mediando entre as duas forças, era de natureza a não permitir a Bento Manuel o manobrar contra seu adversário sem carregar com o peso de uma grande responsabilidade: já porque a sua força constava unicamente de quinhentos homens, e tinha de atravessar toda a província inimiga, sem contar com mais recursos que os que pudesse acharem si; já porque nesse caso a separação do corpo do nosso exército era considerável pela distancia, e não era possível a junção com este em caso urgente e repentino; já finalmente porque as instruções o não permitiam.

A não se darem tão fortes razões estamos persuadidos de que a província de Entre-Rios cairia em nosso poder em poucos dias: tal era o terror e desanimo que, não só o sucesso recente como o das batalhas anteriormente ganhas, tinha impressionado nos espíritos de todos os seus habitantes, sem excetuar mesmo o do seu guerreiro mais denodado!

Oito dias depois estava reunida ao exército a coluna expedicionária, e este com mais mobilidade, melhor cavalhada tomada ao inimigo, e seu credito mais reforçado pelo bom resultado da expedição; e livre a navegação do Uruguai de todo o obstáculo por parte do inimigo por haverem sido tomadas e destruídas as baterias que o vedavam.

No dia imediato àquele em que tudo se tinha embarcado e posto em segurança, entrou na vila do Arroyo de La China o comandante da esquadrilha, antes que Bento Manuel nela tivesse penetrado.

Achavam-se ali, como emigradas, a maior, parte das famílias que Artigas tinha obrigado a evacuar as vilas da Purificación e Paysandú, para deste modo pôr em penúria o exército, que já com grande custo podia conseguir o gado necessário para o consumo diário, pois que o inimigo não havia retirado antecipadamente para grande distancia.

A exceção de algumas famílias pertencentes a indivíduos comprometidos e empregados no exército contrário, e domiciliárias da Purificação, todas as demais rogaram àquele comandante que as restituísse ao seu país e lar doméstico, o que efetivamente ele satisfez empregando-se quatro dias no transporte.

[...]

NOTAS

(2) Dava-se este titulo a Artigas com supersticiosa veneração, como meio poderoso contra a política de Buenos Aires.

Extrato retirado de: Revista Marítima Brazileira, Ano XXXII, n.º 1, Julho de 1912, Rio de Janeiro, Oficina Gráfica da Liga Marítima Brazileira, pp. 67-94. 


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Edições das Memórias e Reflexões sobre o Rio da Prata:

- Edição original de 1849;

Revista Marítima Brazileira, Ano XXXII, n.º 1, Julho de 1912, Rio de Janeiro, Oficina Gráfica da Liga Marítima Brazileira, pp. 67-94. 

- Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Ano XI, 2.º Trimestre, Porto Alegre, Tipografia do Centro, 1931, pp. 217-299 [ler aqui]

- Boletin Historico, n.º~100-103, Estado Mayor General del Ejercito, Montevideo, 1964, pp.177-202




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