sexta-feira, 12 de maio de 2017

2.ª Brigada: Duarte Cardoso de Sá


O Capitão DUARTE CARDOSO DE SÁ nasce a 12 de maio de 1795, no distrito de Bragança, 2.º filho de José António de Sá e de D. Joaquina Felizarda Cardoso de Sá. 

Tinha acabado de frequentar a aula de Retórica e preparava-se para entrar no curso jurídico da Universidade de Coimbra, quando, em a 19 de Novembro de 1811, assenta praça aos 16 anos como alferes do Regimento de Infantaria n.º 12 (Chaves). O brigadeiro Pizarro era então tenente coronel desse regimento. Dois anos depois, a 11 de agosto de 1813, é graduado em tenente (com antiguidade desde 28 de Julho), por distinção na batalha de Vitória. Torna-se tenente efetivo a 9 de novembro desse mesmo ano. 

Passa, com 21 anos, à Divisão de Voluntários Reais do Príncipe, como capitão comandante da 7.ª companhia do 4.º Batalhão de Caçadores que se torna, já no Rio de Janeiro a 1.ª companhia de Granadeiros do 2.º Regimento de Infantaria. É o autor do Hymno que o seu batalhão cantou a bordo da nau Vasco da Gama, no dia 31 de Março de 1816, na occasião em que El-Rei lhes fez a honra de passar junto da mesma nau.

De acordo com o memorialista e tenente João da Cunha Lobo Barreto, a sua alcunha era Sá Doido.


* * *

Hymno que o quarto Batalhão dos Voluntários Reaes do Príncipe cantou a bordo da Nao Vasco da Gama, no dia 31 de Março de 1816, na occasião em que El Rei N. S. Ihes fez a honra, na sua chegada, de passar junto da mesma Nao.

Dá-se por A. d'este Hymno Duarte Cardoso de Sá, Capitão da 7.ª Companhia do mesmo Batalhão.


HYMNО QUE О QUARTO BATALHÃO DOS VOLUNTARIOS REAES DO PRINCIPE CANTOU A BORDO DA NAO VASCO DA GAMA, NO DIA 31 DE MARCO DE 1816.

Na ocasião em que ELREI Nosso Senhor lhes fez a honra na sua chegada de passar junto da mesma Nao.

I
Eis os Leaes Portugueses,
Ó Principe invicto, e justo,
Que do Vosso Throno Augusto
Fiéis Defensores são.

Os Vossos Soldados,
Excelso João ,
Unidos a Vós,
Por Vós morrerão.

II.
Ó Grão Monarca, recebe
Soldados , que nao fugirão,
Saudosos fiéis suspirão
Por beijar a Regia Мãо.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

III.
A Patria deixão contentes ,
Por que em Vós a Patria tem ,
Voluntarios todos vem ,
Por que Vossos filhos são.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

IV
Há muito que ambicionavão
Ver а Vossa Face Augusta,
A guerra não os assusta,
Quando defender-vos vão.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

V.
Sangue que já derramárão,
Vos Offerecem em toda a parte;
Inda nos campos de Marte
Treme o galo em confuzão

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

IV
Há muito que ambicionavão
Ver а Vossa Face Augusta,
A guerra nao os assusta,
Quando defender-vos vão.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

VI.
Suas Espadas famosas
Por Vós fiéis empunhárão
Sempre illeso conservárão
Firmes Vosso Pavilhão.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

IV
Há muito que ambicionavão
Ver а Vossa Face Augusta,
A guerra nao os assusta,
Quando defender-vos vão.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

VII.
Longe de Vós não perderão
O Valor de Pais herdado
Felizes a Vosso lado,
Seu dever melhor farão

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

VIII.
Seus corações são fiéis,
Sua alma o PRINCIPE adora,
Dão exemplos cada hora
De respeito, e submissão

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

IX.
Se Luzos vencérão sempre,
Seus Feitos a Fama exalta,
Não podem commetter falta
Nesta ou noutra região.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

X.
Com Lecor seu Chefe amado,
General valente, e forte,
Desprezando o fogo, a morte,
Novo mundo espantarão.

Os Vossos Soldados,
Excelso João , &c

XI.
Os Prazeres, sangue, e vida
Contentes sacrificamos,
Lêdos a Vós offertamos
Com a Espada o Coração

Os Vossos Soldados,
Excelso João ,
Unidos a Vós,


Por Vós morrerão.

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