domingo, 10 de janeiro de 2016

2.ª Brigada: Francisco Homem de Magalhaes Quevedo Pizarro


O Brigadeiro FRANCISCO HOMEM DE MAGALHÃES QUEVEDO PIZARRO nasce em Bobeda, Chaves, a 27 de setembro de 1776, filho de José da Silva Cardoso Pizarro, capitão de Cavalaria e fidalgo da Casa Real, e de D. Henriqueta José Gabriela de Quevedo. 

Assenta praça no Regimento de Cavalaria de Chaves, em 28 de Fevereiro de 1791. 
A 2 de agosto de 1793, passa à Armada Real, como Aspirante a Guarda Marinha; a guarda marinha, a 27 de novembro de 1794, e a segundo tenente, a 5 de novembro de 1796. Por decreto de 27 de Julho de 1799, é promovido a primeiro tenente e participa, em 1801, nas expedições navais de Tripoli e Malta, embarcado na Nau Afonso de Albuquerque. 

Em 27 de maio de 1804, sai da Armada e volta a casa sendo nomeado tenente coronel agregado do Regimento de Milícias de Chaves. A 1 de fevereiro de 1809, passa ao Quartel General do tenente general Bernardim Freire de Andrade, em Braga. A 28 de setembro de 1809, é submetido a Conselho de Guerra, que decorreu na Real Academia de Fortificação, Artilharia e Desenho, sob a acusação de “querer defender a Praça de Chaves contra a ordem do General Silveira, e não fazer depois a defeza possível, que devia”. Foi julgado inocente, e mandado entrar no exercicio do seu posto, o de tenente coronel do Regimento de Infantaria n.º 12, com antiguidade de 10 de fevereiro. 
A 24 de agosto de 1812 é graduado em coronel e, a 11 de novembro do mesmo ano, passa a coronel efetivo do Regimento de Infantaria n.º 16. 
Durante a campanha de 1813, está presente nas batalhas de Vitória, Pirinéus, S. Sebastian, Nivelle e Nive, onde, a 10 de dezembro, reagindo a uma carga de cavalaria inimiga, é atropelado e feito prisioneiro. 

Passa, com 39 anos, à Divisão de Voluntários Reais do Príncipe, como brigadeiro comandante da 2.ª Brigada de Voluntários Reais.

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«Os fins de 1814 trouxerão a seus Lares os filhos da Patria, o Exercito de Portugal repousava á sombra dos Louros, que tanto sangue tinhão custado, quando El-Rei quiz que uma parte dos seus Soldados passasse ao Novo Mundo: uma grande parte do Exercito (fomos testemunhas) se disputou n'aquelle tempo a gloria de vir ao Brazil, só na Divizão da Extremadura havia mais Voluntários Reaes, do que El-Rei ordenava: o General Pizarro fiel sempre a seus princípios, e ancioso de empregar a vida no serviço d'El Rei  abandonou sua Patria, uma Consorte querida, sacrificou seus interesses, e de seus infelices filhes á gloria de Commandar uma Brigada diante d' El-Rei, a quem elle , e a sua dilatada família deverão sempre amparo, e honra : foi-lhe então observado por alguns dos seus Amigos, que a sua Caza arruinada já pelos tempos, e pelos Francezes, acabaria com a sua auzencia, o General Pizarro respondeo com o desinteresse que o caracterizava “Quem tem empregado a mocidade no serviço para que ha de poupar a velhice ?” 
Em virtude do seu offerecimento foi nomeado Brigadeiro, e Commandante da segunda Brigada da Divizão de Voluntários Reaes ; organizou-a, e Commandou-a até o Rio de Janeiro d'ali para Santa Catharina, e desta Ilha por terra até Monte-Vidéo, aonde o Tenente General Barão da Laguna entrou com a Divizão a 20 de Janeiro de 1817.»

VV AA, Notícias Biographicas de Francisco Homem de Magalhães Pizarro,(...) Pelos seus ajudantes d'Ordens. Rio de Janeiro, Imprensa Régia, 1819. pp. 13-14

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