A ação de Chafalote consistiu num combate de cavalaria no teatro oriental, junto à costa atlântica, na fase inicial das operações, em que uma pequena força portuguesa de cavalaria, do Exército do Brasil, atacou e desbaratou um acampamento de tropas orientais junto ao arroio Chafalote.
Antecedentes
Após ter tomado de surpresa o forte de Santa Teresa, a 16 de agosto [LEIA], o sargento mor Manoel Marques de Sousa ficou à espera da vanguarda da Divisão de Voluntários Reais, conforme as suas ordens. Manteve, durante esse período, a observação do inimigo, que estava ainda na área de Maldonado, mais a sul, sob o comando de Rivera. As forças orientais ainda estavam a formar-se e no geral eram milícias sem treino e afastadas do teatro de operações a Oeste, bastante ativo desde 1813, contras as forças de Buenos Aires.
A Vanguarda chega ao forte a 1 de setembro, e faz a ligação com os dois esquadrões de Manoel Marques de Sousa. Após um período de confusão acerca da forma como as tropas locais colaborariam de futuro com a Divisão (algo que é comum em toda a campanha e em todos os teatros), Marques de Sousa acaba por ser integrado à Vanguarda, sendo o seu conhecimento local e experiência militar muito valorizados.
A 5 de Setembro, dá-se a ação de Castillos, em que uma partida portuguesa de 30 cavaleiros, comandados pelo tenente Joaquim José de Bettencourt, da Legião de S. Paulo, é batida por forças orientais em Castillos, comandada pelo capitão Eusebio Gómez (Sebastião Pinto diz ser de 200 efetivos, mas Marques de Sousa fala de 60 a 70).
Ao receber a notícia no forte de S. Teresa, o marechal de campo Sebastião Pinto de Araújo Correia (comandante da vanguarda) envia uma partida de apoio bastante substancial, mas já não encontra o inimigo, e confirma a extensão do desastre, que custou a captura de quase toda a partida, e pelo menos duas mortes.
A Ação
A 23 de Setembro, Manuel Marques de Sousa é encarregado por Sebastião Pinto de ir observar as posições do inimigo na área a sul de Castillos , com um esquadrão de 100 homens, da Legião de S. Paulo e da Legião de Cavalaria do Rio Grande.
Ao amanhecer do dia 24, ao transpor o passo do arroio Chafalote (onde existe hoje a povoação de 19 de Abril), Sousa topou o acampamento inimigo e bateu as forças orientais (Sousa calcula-as em 200 efetivos), obrigando-as a fugir, provocando 13 mortos e 20 prisioneiros.
Apesar de ter sido uma ação de pequena envergadura, ajuda a consolidar a posição das forças portuguesas em território oriental, assim como a fama de Manuel Marques de Sousa, afastando das mentes a derrota em Castillos no início do mês.
Apesar desta vitória, a crónica falta de cavalos vai continuar a atrasar toda a ofensiva portuguesa e só quase dois meses depois, em meados de Novembro, é que o grosso da força portuguesa sai de Castillos.
Após ter tomado de surpresa o forte de Santa Teresa, a 16 de agosto [LEIA], o sargento mor Manoel Marques de Sousa ficou à espera da vanguarda da Divisão de Voluntários Reais, conforme as suas ordens. Manteve, durante esse período, a observação do inimigo, que estava ainda na área de Maldonado, mais a sul, sob o comando de Rivera. As forças orientais ainda estavam a formar-se e no geral eram milícias sem treino e afastadas do teatro de operações a Oeste, bastante ativo desde 1813, contras as forças de Buenos Aires.
A Vanguarda chega ao forte a 1 de setembro, e faz a ligação com os dois esquadrões de Manoel Marques de Sousa. Após um período de confusão acerca da forma como as tropas locais colaborariam de futuro com a Divisão (algo que é comum em toda a campanha e em todos os teatros), Marques de Sousa acaba por ser integrado à Vanguarda, sendo o seu conhecimento local e experiência militar muito valorizados.
A 5 de Setembro, dá-se a ação de Castillos, em que uma partida portuguesa de 30 cavaleiros, comandados pelo tenente Joaquim José de Bettencourt, da Legião de S. Paulo, é batida por forças orientais em Castillos, comandada pelo capitão Eusebio Gómez (Sebastião Pinto diz ser de 200 efetivos, mas Marques de Sousa fala de 60 a 70).
Ao receber a notícia no forte de S. Teresa, o marechal de campo Sebastião Pinto de Araújo Correia (comandante da vanguarda) envia uma partida de apoio bastante substancial, mas já não encontra o inimigo, e confirma a extensão do desastre, que custou a captura de quase toda a partida, e pelo menos duas mortes.
A Ação
A 23 de Setembro, Manuel Marques de Sousa é encarregado por Sebastião Pinto de ir observar as posições do inimigo na área a sul de Castillos , com um esquadrão de 100 homens, da Legião de S. Paulo e da Legião de Cavalaria do Rio Grande.
Ao amanhecer do dia 24, ao transpor o passo do arroio Chafalote (onde existe hoje a povoação de 19 de Abril), Sousa topou o acampamento inimigo e bateu as forças orientais (Sousa calcula-as em 200 efetivos), obrigando-as a fugir, provocando 13 mortos e 20 prisioneiros.
Apesar de ter sido uma ação de pequena envergadura, ajuda a consolidar a posição das forças portuguesas em território oriental, assim como a fama de Manuel Marques de Sousa, afastando das mentes a derrota em Castillos no início do mês.
Apesar desta vitória, a crónica falta de cavalos vai continuar a atrasar toda a ofensiva portuguesa e só quase dois meses depois, em meados de Novembro, é que o grosso da força portuguesa sai de Castillos.
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Excerto de carta do major Manoel Marques de Sousa, da cavalaria da Legião de Cavalaria Ligeira do Rio Grande, ao seu irmão, acerca da ação de Chafalote
[Santa Teresa, 9 de outubro de 1816.]
Ill.mo Mano Amigo e Sr.
As minhas ocupações tem me privado de dar a VS. noticias, e apesar de que elas se vão aumentando de dia a dia, aproveito esta hora de descanso para cumprir com este dever.
Creio já terá chegado a noticia de VS o feliz resultado da ultima diligência que fiz sobre o inimigo. Havendo sido encarregado pelo Sr. Ajudante General comandante da Divisão da Vanguarda de ir observar a posição do inimigo, marchei com hum Esquadrão de cem homens, sendo sessenta e tantos da Cav. de V. S.,
e ao amanhecer p. o DIA 24 AO PASSAR O PASSO DE CHAFALOTE achei ali o seu acampamento que ele excedia a 200, e que foram completamente batidos, tendo eles sofrido a perda de 13 mortos três mortalmente feridos (alguns dos meus Camaradas ainda querem que fossem mais, porem eu não vi); 20 prisioneiros entre os quais dois Tenentes, 350 Cavalos, 30 Clavinas com as suas competentes baionetas, e boldreis 22 Patronas, 8 Espadas de bainhas de forro e boldreis de cinta com franqueletes, Seis baionetas avulças huma porçaõ de Cartuxame, e muitas maletas em cujo não entraram as dos dois Cap Munis [Julian Muniz] (o comandante) e Moreira, com todas as suas correspondências Oficiais, e Ordens
& Foi juntamente retomada a Espada do seu Cadete Sandí, a roupa q. lhe tiraram, e assim também a dos dois Soldados de Milícias que foram asa m." occaz." prisioneiros. Depois ([...]) desta Caça não se tem aproximado mais.
Os batidos ainda se não reunirão todos, a seu Campo é, seguindo informações [que] tenho na Serra das Cabeceiras do arroyo de D. Carlos, Frutuoso Rivera, que tinha passado acima [...] com 700 homens com o fim de se ver reunir a sua avançada, para vir aqui bater, desistiu da empreza e voltou para o seu Campo de Mamarajá às cabeceiras de S. Carlos.
(...)
Fonte
- Comisión Nacional Archivo Artigas, Archivo Artigas, Montevideo, Monteverde, t. 31
Imagem
- Playa del arroyo Chafalote,19 de Abril (Wikicommons)
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