Com a proclamação da independência do Brasil, a 7 de Setembro de 1822, muitos oficiais, sargentos e praças da Divisão de Voluntários Reais escolheram o serviço brasileiro. O próprio comandante em chefe, o tenente general Carlos Frederico Lecor saiu, dois dias depois, a 9 de Setembro, tendo aclamado o novo imperador Pedro I e tomado o comando das forças brasileiras na Cisplatina, passando a sitiar Colónia e Montevideu.
Apesar de se poder afirmar que os acontecimentos revolucionários intestinos à divisão desde 1821 tiveram um papel fundamental em iniciar esta ruptura dentro da unidade, a situação era agora algo diferente e infinitamente mais clara. Apesar disso, muitos dos que escolheram passar a servir o Brasil, eram os mesmos que apoiavam Lecor contra o Conselho Militar e, em grande medida, contra as Cortes Constituintes de Lisboa.
Ainda assim, o remanescente das Divisão dos Voluntários Reais, sob o comando do brigadeiro Álvaro da Costa de Sousa Macedo, manteve a posse da cidade de Montevideu e ficou sujeita a um sítio que durou até finais de 1823, aquando do armistício local, e da evacuação em Março de 1824, no que foi a saída do último contingente português do território brasileiro, no âmbito da guerra da independência.
Em seguida apresento a transcrição, contendo uma memória das várias operações militares portuguesas que ocorreram durante grande parte do ano de 1823.
A transcrição foi retirada da Gazeta de Lisboa, mantendo-se a ortografia original.
* * *
Resumo das principais operações militares das Tropas de Guarnição de Montevideo, commandadas pelo Brigadeiro D. Álvaro da Costa de Sousa de Macedo; extrahido das diferentes Ordens do Dia desde o 1.° de Abril até 22 de Novembro de 1823.
[13.4.1823]
«A 13 de Abril o Commandante das forças passou revista a differentes corpos, os quaes pela sua rigorosa disciplina, asseio, e bella execução das suas manobras, merecerão os mais distinctos elogios. Nesta occasião fez o Commandante o elogio do Mestre Pratico Manoel Joaquim da Costa, que no dia 27 de Março ajudado de seis Marinheiros reprezou huma lancha de que os inimigos em Maldonado se servião para hostilizar a Guarnição de Montevideo.
«A 13 de Abril o Commandante das forças passou revista a differentes corpos, os quaes pela sua rigorosa disciplina, asseio, e bella execução das suas manobras, merecerão os mais distinctos elogios. Nesta occasião fez o Commandante o elogio do Mestre Pratico Manoel Joaquim da Costa, que no dia 27 de Março ajudado de seis Marinheiros reprezou huma lancha de que os inimigos em Maldonado se servião para hostilizar a Guarnição de Montevideo.
[14.4.1823]
No dia 14 partindo hum destacamento de 100 homens, ás ordens do Major José Joaquim Pacheco, a proteger hum corte de lenhas, conseguio com 10 Praças desalojar 40 e tantos homens do inimigo, de huma casa, e o obrigou a desamparar o passo do arroyo Miguelete em frente da Ferraria, com a perda de hum soldado morto e 3 feridos, sem que este pequeno destacamento soffresse casualidade alguma.
[19.4.1823]
«No dia 19 teve lugar o combate de Saladeiro de Duran, entre as tropas dissidentes Brasileiras, e as Reais Portuguesas de Montevideo dirigidas pelo Tenente Coronel João Joaquim Pereira do Lago, as quaes constavão de hum Esquadrão do 1.º Regimento de Cavalaria de V. R. d'El-Rei, commandado pelo Major João Nepumeceno de Macedo; de outro do 2.°, commandado pelo Capitão João Baptista de Oliveira; das Companhias de Cavalaria do Comando do Major D. Manoel Oribe e Capitão D. Caetano Rodrigues, do Corpo de Milícias de Canelones, do Commando do Coronel D. Bonifácio Vidal; e apoiadas por 100 homens do 1.º Regimento de Infantaria, commandados peio Major José Joaquim Pacheco; e pela 3.ª Companhia de Cavalaria de linha do Commando do Capitão João Peres.
Huma completa victoria coroou os esforços destas valoriosas tropas, e o inimigo retrocedeo precipitadamente com a perda de 20 mortos, e muitos feridos, deixando algumas armas e cavailos, e seis prizioneiros no poder dos vencedores.
Huma completa victoria coroou os esforços destas valoriosas tropas, e o inimigo retrocedeo precipitadamente com a perda de 20 mortos, e muitos feridos, deixando algumas armas e cavailos, e seis prizioneiros no poder dos vencedores.
«Merecem particular menção alguns Officiaes que neste combate adquirirão novos títulos á estima dos seus compatriotas; a saber: o Tenente Coronel João Joaquim Pereira do Lago, Commandante da columna que traçou o plano da acção; o Major João Nepumeceno de Macedo, do 1.º de Cavallaria, que se distinguio particularmente; o Major D. Manoel de Oribe, que attrahio com grande destreza o inimigo á cilada preparada; e o Capitão João Baptista de Oliveira, do 2.º Regimento de Cavallaria; o Commandante elogia altamente todos os mais Commandantes dos Corpos, Officiaes, Officiaes Inferiores, e soldados. A nossa perda foi só de hum Anspeçada ferido por hum próprio camarada.
[8.5.1823]
«A 8 de Maio marchou o Tenente Ajudante Leonardo de Sousa Leite á testa de hum destacamento do 2.º Regimento de Infanteria da Divisão de V. R. pela Sanja até em frente da casa da Ferraria, e encontrando huma partida inimiga a poz em completa fuga, ferindo-lhe dois homens.
[11.5.1823]
«No dia 11 a segunda Companhia de Granadeiros do dito Regimento, commandada pelo Tenente Lopo José Corte Real; parte do 1.º Batalhão dos Libertos d'El-Rei, commandado pelo Capitão Joaquim de Sousa Pinto com 1 peça d'artilharia dirigida pelo 2.º Tenente Joaquim José Ribeiro, conseguio desalojar o inimigo em numero de 140 homens da Chácara do Presumido. Esta força que o Tenente Coronel Lopo José Corte Real, acompanhado pelo Official Superior do dia o Major José de Barros e Abreu, fez marchar para naquelle ponto proteger os forregeadores, desalojou depois huma partida que occupava a Ferraria.
[12.5.1823]
O Capitão António Silvestre de Sousa, do 2.° Regimento de Infanteria, distinguio-se no dia 12 no piquete do centro de Casavalle, onde na emboscada em que se achava ferio alguma gente ao inimigo, e lhe tomou hum prizioneiro.
[12.5.1823]
O Capitão António Silvestre de Sousa, do 2.° Regimento de Infanteria, distinguio-se no dia 12 no piquete do centro de Casavalle, onde na emboscada em que se achava ferio alguma gente ao inimigo, e lhe tomou hum prizioneiro.
[13.5.1823]
«No dia 13 de Maio, por ser o fausto anniversario de S. M. se formarão as tropas da guarnição de Montevideo na Praça do Cabildo em grande Parada, Commandadas pelo Tenente Coronel João Joaquim Pereira do Lago. As três salvas do estilo em todas as fortalezas, e embarcações da Esquadra Nacional, estando tanto as primeiras como as segunda todas embandeiradas, forão além de outros, não equívocos signaes do regozijo com que os bons Portugueses em todos os pontos do globo celebrão este fausto dia.
[18.5.1823]
«A 18 o Coronel do Corpo de Milicias de Canelones, D. Bonifácio Vidal, levando debaixo das suas ordens a 3.ª Companhia de Cavallaria de linha, do Commando do Capitão D. João Peres, 50 homens do corpo de Milicias de Canelones, commandados pelo Capitão D. Santos Casavalle, e parte do Esquadrão das Milicias de Pando debaixo do commando do Capitão D. Joaquim Figueiredo, se dirigio á Estancia denominada de Chocarro, onde se achava huma grande porção de gado protegida por 70 homens ás ordens do Major Felisberto. O inimigo foi atacado nessa occasião com tal denodo por huma diversão que se lhe fez para distrahir a sua attenção daquelle ponto, que soffrendo total destroço, desamparou o campo, e foi perseguido até a Villa das Pedras.
As nossas tropas depois de haverem feito 12 prizioneiros se apoderarão de perto de duas mil cabeças de gado vaccum: a nossa perda foi só de hum Sargento e hum Soldado ferido; e do Alferes das Milicias de Pando, D. Francisco Burgeno que recebeo algumas cutiladas por equivocação de hum Soldado do seu mesmo corpo. Nesta empreza distinguirão-se o Tenente Coronel Jeronymo Pereira de Vasconcellos, commandante do 2.° Regimento de Infanteria da Divisão de V. R. de El Rei, os Majores João Nepumeceno de Macedo, e José de Barros e Abreu, commandantes do 1.º e 2.º de Cavallaria, o 2.º Tenente Joaquim José Ribeiro, Commandante do Parque de Artilharia, o Major Pedro António Rebocho, Commandante do 2.º Batalhão de Libertos, o Major D. Manoel de Oribe, os Capitães D. Caetano Rodrigues, e D. João Peres, Commandantes das 3 Companhias de Cavallaria de Linha , o Coronel D. Bonifácio Vidal do Corpo de Milicias de Canelones, o Capitão D. Simão del Pino, e D. Santos Casavalle que commandavão dois destacamentos deste Corpo, o Capitão D. Joaquim de Figueiredo que commandava parte do Esquadrão de Milicias de Pando, e o Major José Joaquim Pacheco, que com hum Destacamento do 1.º Regimento de Infanteria marchou da Praça para reforçar as posições de Serrito e Casavalle.
O Commandante das forças agradeceo aos Ajudantes de Campo os Tenentes D. Fernando Xavier de Almeida e José de Mendonça David, e ao Capitão do 1.º Regimento de Cavallaria José Maria de Sá Camello o zelo que mostrarão nesta occasiâo.
As nossas tropas depois de haverem feito 12 prizioneiros se apoderarão de perto de duas mil cabeças de gado vaccum: a nossa perda foi só de hum Sargento e hum Soldado ferido; e do Alferes das Milicias de Pando, D. Francisco Burgeno que recebeo algumas cutiladas por equivocação de hum Soldado do seu mesmo corpo. Nesta empreza distinguirão-se o Tenente Coronel Jeronymo Pereira de Vasconcellos, commandante do 2.° Regimento de Infanteria da Divisão de V. R. de El Rei, os Majores João Nepumeceno de Macedo, e José de Barros e Abreu, commandantes do 1.º e 2.º de Cavallaria, o 2.º Tenente Joaquim José Ribeiro, Commandante do Parque de Artilharia, o Major Pedro António Rebocho, Commandante do 2.º Batalhão de Libertos, o Major D. Manoel de Oribe, os Capitães D. Caetano Rodrigues, e D. João Peres, Commandantes das 3 Companhias de Cavallaria de Linha , o Coronel D. Bonifácio Vidal do Corpo de Milicias de Canelones, o Capitão D. Simão del Pino, e D. Santos Casavalle que commandavão dois destacamentos deste Corpo, o Capitão D. Joaquim de Figueiredo que commandava parte do Esquadrão de Milicias de Pando, e o Major José Joaquim Pacheco, que com hum Destacamento do 1.º Regimento de Infanteria marchou da Praça para reforçar as posições de Serrito e Casavalle.
O Commandante das forças agradeceo aos Ajudantes de Campo os Tenentes D. Fernando Xavier de Almeida e José de Mendonça David, e ao Capitão do 1.º Regimento de Cavallaria José Maria de Sá Camello o zelo que mostrarão nesta occasiâo.
«O Commandandante das forças faz menção honrosa das excellentes disposições que tomou o Tenente Coronel João Joaquim Pereira do Lago, Commandante do 1.º Regimento de lnfanteria e da columna em Casavalle para proteger, em 20 de Junho o corte de lenha além dos pontos avançados do inimigo; assim como do valor com que o Major do dito Regimento no dia 24 do mesmo mez surprehendeo o inimigo no Saladeiro de Duran, e lhe fez dois prisioneiros, distinguindo-se nesta occasião o Alferes Rodrigo de Sá Valente.
[15.7.1823]
«No dia 15 de Julho pela madrugada tendo o Commandante das forças ordenado hum movimento contra as avançadas do inimigo, este que marchava á descoberta foi atacado e cortado por 70 homens do 2.º Regimento de Cavallaria da Divisão de V. R. de El-Rei ás ordens do Major Commandante deste Regimento José de Barros e Abreu, em cujo seguimento marchava o Coronel D. Bonifacio Vidal com parte das Milicias de Canelones, apoiado por duas companhias de infanteria e pequenos destacamentos de Cavallaria.
A intrepidez destas tropas cujos movimentos forão dispostos pelo Tenente Coronel Jeronymo Pereira de Vasconcellos Commandante do 2.º Regimento de Infanteria e da Columna em Casavalle, deixou por longo tempo duvidoso o resultado da empreza: o inimigo soffreo notável perda de mortos e feridos além de 16 prizioneiros. A carga e a retirada foi muito habil e corajosamente executada á vista de 200 homens do inimigo que em vão tentarão tolher a passagem.
O Major José Barros de Abreu, e o Coronel Vidal se fiarão acredores de particular elogio pelo seu brioso comportamento.
A intrepidez destas tropas cujos movimentos forão dispostos pelo Tenente Coronel Jeronymo Pereira de Vasconcellos Commandante do 2.º Regimento de Infanteria e da Columna em Casavalle, deixou por longo tempo duvidoso o resultado da empreza: o inimigo soffreo notável perda de mortos e feridos além de 16 prizioneiros. A carga e a retirada foi muito habil e corajosamente executada á vista de 200 homens do inimigo que em vão tentarão tolher a passagem.
O Major José Barros de Abreu, e o Coronel Vidal se fiarão acredores de particular elogio pelo seu brioso comportamento.
[20.8.1823]
«A 20 de Agosto o Tenente Coronel João Joaquim Pereira de Lago, Commandante do 1.º Regimento de Infanteria e da columna em Casavalle, marchou com o intento de bater as partidas inimigas que costumavão fazer a descoberta, empreza esta da qual lhe resultou grande credito pela habilidade com que a desempenhou com bastante damno para o inimigo em feridos e tres prisioneiros que se lhe fizerão.
[24.8.1823]
«Na noite de 24 do mesmo mez o Capitão do Corpo de Milicias do Pando D. Thomas Burgueño bateo denodadamente no passo do Carrasco huma partida inimiga, aprisionando-lhe o Official Commandante e 3 Soldados, e protegendo ao mesmo tempo huma porção de gado a que se oppunha o inimigo.
«Na noite de 24 do mesmo mez o Capitão do Corpo de Milicias do Pando D. Thomas Burgueño bateo denodadamente no passo do Carrasco huma partida inimiga, aprisionando-lhe o Official Commandante e 3 Soldados, e protegendo ao mesmo tempo huma porção de gado a que se oppunha o inimigo.
[6.9/17.9/27.9.1823]
«Nos 6, 17, e 27 de Setembro o Tenente Coronel Jeronymo Pereira de Vasconcellos, Commandante do 2.º Regimento de Infanteria e da columna em Casavalle, verificou differentes movimentos sobre o inimigo, fazendolhes nos mesmos dias vários prisioneiros, sem perda alguma da nossa parte.
São elogiados por estas operações o Capitão Manoel Jeronymo Pinto, do 2.º Regimento de Infanteria, o Tenente D. José Vidal, do Corpo de Milicias de Canelones, e D. Santiago Aleman (?) ào mesmo Corpo. He digno de louvor o intrépido procedimento dos Commandantes dos navios de guerra denominados a Restauradora, (Corveta) e D. Maria Thereza (Escuna), isto he, do 1.° Tenente de Marinha José Maria de Sousa Soares, e do 2.º Tenente Procopio Lourenço d'Andrade, os quaes avistando a 10 de Setembro a Corveta Liberal, com bandeira do Governo do Rio de Janeiro (superior em forças aos dois mencionados vasos), fundeada na ponta de Carretas, á vista de Montam, a acommeterão com tal valor que só lhe derão trapo para picar a amarra, e fugir vergonhosamente.
O Commandante das forças louva com muita particularidade o comportamento do 1.º Tenente José Maria Soares, que commandava em geral, e que aproveitando-se do andar da sua embarcação logo deo caça á dita Corveta inimiga até ao Pão de Assucar, onde, apezar de se achar a mui larga distancia da Escuna D. Maria Thereza, a corveta inimiga não se atreveo a offerecer-lhe acção. Os Officiaes e equipagens destas duas embarcações mostrarão nesta ocasião o maior zelo e enthusiasmo por sustentar a honra da Bandeira Portugueza , ea sua lealdade a El-Rei. Esta vantagem briosamente adquirida pelo Primeiro Tenente da Armada, José Maria de Sousa Soares, foi precursora de outra de maior importância e maior renome. Tendo-lhe ordenado o Commandante das Forças, que com os Navios de guerra debaixo do seu commando se fizésse de vela, e atacasse os Navios inimigos que fazião o bloqueio de Montevideo, verificou-se o ataque no dia 21 de Outubro á vista dos habitantes da Cidade, e de grande número de estrangeiros nella residentes. Não obstante os vasos inimigos serem 6, e os nossos só 4, tendo os primeiros a seu favor o barlavento, travou-se o combate com denodo e crédito das nossas armas: os vasos inimigos perdendo grande parte das amarras, fizerão-se de vela com a maior precipitação.
São elogiados por estas operações o Capitão Manoel Jeronymo Pinto, do 2.º Regimento de Infanteria, o Tenente D. José Vidal, do Corpo de Milicias de Canelones, e D. Santiago Aleman (?) ào mesmo Corpo. He digno de louvor o intrépido procedimento dos Commandantes dos navios de guerra denominados a Restauradora, (Corveta) e D. Maria Thereza (Escuna), isto he, do 1.° Tenente de Marinha José Maria de Sousa Soares, e do 2.º Tenente Procopio Lourenço d'Andrade, os quaes avistando a 10 de Setembro a Corveta Liberal, com bandeira do Governo do Rio de Janeiro (superior em forças aos dois mencionados vasos), fundeada na ponta de Carretas, á vista de Montam, a acommeterão com tal valor que só lhe derão trapo para picar a amarra, e fugir vergonhosamente.
O Commandante das forças louva com muita particularidade o comportamento do 1.º Tenente José Maria Soares, que commandava em geral, e que aproveitando-se do andar da sua embarcação logo deo caça á dita Corveta inimiga até ao Pão de Assucar, onde, apezar de se achar a mui larga distancia da Escuna D. Maria Thereza, a corveta inimiga não se atreveo a offerecer-lhe acção. Os Officiaes e equipagens destas duas embarcações mostrarão nesta ocasião o maior zelo e enthusiasmo por sustentar a honra da Bandeira Portugueza , ea sua lealdade a El-Rei. Esta vantagem briosamente adquirida pelo Primeiro Tenente da Armada, José Maria de Sousa Soares, foi precursora de outra de maior importância e maior renome. Tendo-lhe ordenado o Commandante das Forças, que com os Navios de guerra debaixo do seu commando se fizésse de vela, e atacasse os Navios inimigos que fazião o bloqueio de Montevideo, verificou-se o ataque no dia 21 de Outubro á vista dos habitantes da Cidade, e de grande número de estrangeiros nella residentes. Não obstante os vasos inimigos serem 6, e os nossos só 4, tendo os primeiros a seu favor o barlavento, travou-se o combate com denodo e crédito das nossas armas: os vasos inimigos perdendo grande parte das amarras, fizerão-se de vela com a maior precipitação.
«Não deixaremos em ingrato silencio os nomes de muitos Officiaes que nesta acção se fizerão distinctos. Além do Commandante Geral assignalárão-se pelo seu valor os commandantes da Corveta Restauradora , do Brigue Fausto, e Escuna D. Maria Thereza; os segundos Tenentes João Caetano de Bulhões Leotte, Procopio Lourenço de Andrade, e Pedro António da Silva os Pilotos das differentes embarcações também se distinguirão pela sua actividade no desempenho dos seus deveres. Desempenharão perfeitamente o conceito adquirido os destacamentos que levavão o seu bordo da Divisão de V. R. El-Rei, Brigada Real da Marinha, e dos Batalhões de Libertos.
O Commandante geral das embarcações de Guerra o 1.º Tenente da Armada Real José Maria de Sousa Soares, faz particular menção do serviço que fes nesta occasião o 2.° Tenente Procopio Lourenço de Andrade, Commandante do Brigue Fausto, que por falta do Alferes António Lourenço Marques Silva, cuja morte foi muito sentida, e pelos inconvenientes que tiverão o Piloto e Escrivão, ficou só attendendo a tudo, è mostrou pela sua conducta que era mui digno do posto que occupava. Merecerão igualmente distincta menção o Major José Joaquim Pacheco , o Alferes Luiz Xavier Valente, ambos do 1.º Regimento de Infanteria, o Tenente Ajudante do 2.º José Joaquim do Amaral, Officiaes a bordo do navio Conde dos Arcos, e o Alferes Francisco António de Carvalho do 2.º Batalhão de Libertos, Commandante de Infanteria abordo da Escuna D. Maria Thereza.
O Commandante geral das embarcações de Guerra o 1.º Tenente da Armada Real José Maria de Sousa Soares, faz particular menção do serviço que fes nesta occasião o 2.° Tenente Procopio Lourenço de Andrade, Commandante do Brigue Fausto, que por falta do Alferes António Lourenço Marques Silva, cuja morte foi muito sentida, e pelos inconvenientes que tiverão o Piloto e Escrivão, ficou só attendendo a tudo, è mostrou pela sua conducta que era mui digno do posto que occupava. Merecerão igualmente distincta menção o Major José Joaquim Pacheco , o Alferes Luiz Xavier Valente, ambos do 1.º Regimento de Infanteria, o Tenente Ajudante do 2.º José Joaquim do Amaral, Officiaes a bordo do navio Conde dos Arcos, e o Alferes Francisco António de Carvalho do 2.º Batalhão de Libertos, Commandante de Infanteria abordo da Escuna D. Maria Thereza.
[22.11.1823]
«A 22 de Novembro o Commandante das forças lhes annunciou a conclusão de huma convenção conciliatória, terminando-se deste modo as hostilidades entre as forças mencionadas, e as do Brazil.
«Em fim a excellente disciplina, a lealdade e o valor destas tropas he o thema geral dos louvores de todas as ordens do dia. Ellas mostrarão-se fieis ao seu Rei e á Pátria, e superiores á seducção e a todas as necessidades. Seus Concidadãos os esperão com os braços abertos, e durável será a lembrança da honra com que se portou a pequena mas briosa Divisão Portuguesa de Montevideo em circunstancias de particular apuro.»
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Fonte
- Gazeta de Lisboa, n.º 144, 19.6.1824 - pp. 679-681
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